domingo, 26 de dezembro de 2010

Sonho-te sorrindo.

Há aqueles que destroem.
Ainda adorados, sobrevivem nas almas que dilaceraram.
Seguem assim, não passam: permanecem por muito, destroçando flores.
Ser, no sangue de outra pessoa pode significar mergulhar na alma: sentir o cheiro, o sabor mais visceralmente teu, misturar-se na sua totalidade.
Imerso na profundeza da sua rubra e espessa seiva na qual a luz material não penetra, descubro a luz que pulsa na sua ameaça de sorriso.
Uma luz interior, que plana acima da fisicalidade;
Aquela luz que se afasta de Prometeus, protegendo-o dos mais sagazes olhos das aves de rapina, regenerando a mancha sangrenta durante a noite sombria...

8 comentários:

  1. E ainda que não saibas: na densa escuridão da mais densa noite nada, nunca, é permitido. Nada a não ser a fenda de um sorriso que quase parece lavar a alma, que quase parece roubado aos olhos dos deuses. Talvez a escuridão se dissipe como o nevoeiro, talvez os olhos não sejam de deuses mas de gente. Talvez um sorriso pouco custe e dure para sempre (mesmo sem saber quanto é para sempre), sem eternidade. Tudo o que não tem eternidade pode, também, ser mais do que a própria eternidade, sabias?
    “ – Não sei. Invento-me no Tempo.”

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  2. Saboreio minha intimidade com a noite,com a escuridão.

    Sobre permissões: tenho poucas.
    Bem-aventurado aquele a quem se permite contemplar essa fenda de sorriso.

    Assim, sobre a eternidade, nunca pensei.

    Não sei tudo, não quero. Escolho a busca.

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  3. Escolho a procura.
    SANDRA

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  4. Sandra, torço para que encontres.
    Obrigado por compartilhar.

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  5. Aprender a escrever? Penso ter capacidades. Procure uma imagem de Mike worrall e transforme-a em palavras: desafio.
    Surpreenda-se e surpreenda-me.
    Sandra

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  6. Você se aproxima.
    Primeiro Lorca, agora Worrall.

    Transitando entre sombras, as imagens visuais me acompanham.

    Há algum tempo vejo Worral e sou arremessado para outras imagens que me construíram, também: Hopper e Balthus.

    Provocante desafio: me fez dispensar meu fettuccine.

    Palavras, assim como imagens,já trazem tantas outras imagens de espécies tão diversificada:sonoras, visuais,olfativas, táteis, que não tomaria seu desafio, de modo arbitrário e radical.

    Será um exercício paradoxal, porque gosto do verbo transformar, como você usou.

    Quanto tempo tenho?

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  7. Nao acredito no Tempo. Supere-se, apenas...
    Sandra

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  8. Acabei de enviar um e-mail.
    Vc está brava?

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