Um dia,
você percebe que esteve preso.
Um sentimento imenso,
verdadeiro, deslocado.
Energia vã.
Desperdício.
Equívoco reparado pelo tempo.
Dez longos anos.
Novos caminhos,
Alguém que responde.
Este é um bloco sobre a Solidão. Ela tem sido a minha principal companhia e fez de mim um promíscuo: invadindo minha vida, trouxe consigo a Tristeza e a Angústia.
Um dia,
você percebe que esteve preso.
Um sentimento imenso,
verdadeiro, deslocado.
Energia vã.
Desperdício.
Equívoco reparado pelo tempo.
Dez longos anos.
Novos caminhos,
Alguém que responde.
O que resta?
Como devolver o que se recebeu?
O que fazer com as memórias?
Para que podem servir os registros, senão para dar em troca?
Traços devastadores.
Perdi.
Perdi, dez anos atrás,
o que me era mais caro.
Outros ganharam,
enquanto me restava ilusão.
Ganham, celebrados,
efusivamente festejados.
Agora, não há saída:
descartado por uma década,
e, afinal, ao final, odiado.
Como já se sabe, esse é um espaço
sobre solidão.
Agora, definitiva.
Perdi...
Não
posso ter você dentro de mim.
Não
posso sentir seu beijo.
Não
toque em meu corpo.
Não,
nem sequer tente me olhar.
Tudo
que vem de você
é gerado em tanto amor,
desde um olhar, me toca tão fundo,
demasiado para meu mundo.
Sem você, vivo em dor.
Arremesso na distância
o amor.
Assim, afasto o que restava
como saldo,
a imensa dor.
Melhor o desejo superficial.
Sexo profundo no corpo.
Não atinge a alma, mas,
a vontade da invasão, acalma.
Portanto, faço e minto,
não amo.
No intimo, chamo,
grito impropérios de horror
chorando, no intimo,
a falta do verdadeiro amor.
Repugnante.
Jaz em sofrimento a alma.
Percebe sob invólucro adornado,
matéria putrefata.
Construto fétido
do consumo inveterado.
Depois de fiasco, resta asco.