quarta-feira, 27 de julho de 2016

Novo

Um dia,
você percebe que esteve preso.
Um sentimento imenso,
verdadeiro, deslocado.
Energia vã.
Desperdício.

Equívoco reparado pelo tempo.
Dez longos anos.

Novos caminhos,
Alguém que responde.

sábado, 23 de julho de 2016

Saldo

O que resta?
Como devolver o que se recebeu?
O que fazer com as memórias?
Para que podem servir os registros, senão para dar em troca?

Traços devastadores.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Derrota

Perdi.
Perdi, dez anos atrás,
o que me era mais caro.
Outros ganharam,
enquanto me restava ilusão.
Ganham, celebrados,
efusivamente festejados.

Agora, não há saída:
descartado por uma década,
e, afinal, ao final, odiado.

Como já se sabe, esse é um espaço
sobre solidão.
Agora, definitiva.
Perdi...

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Brilho

Alguns desconhecem
a felicidade.
Sei onde ela está.
Conheço seu brilho.
Mas navego em trevas
a nau dos desafortunados.
Faltam-me predicados.

segunda-feira, 28 de março de 2016

domingo, 27 de março de 2016

Não

Não
posso  ter você dentro de mim.

Não
posso sentir seu beijo.

Não
toque em meu corpo.

Não,
nem sequer tente me olhar.

Tudo
que vem de você
é gerado em tanto amor,
desde um olhar, me toca tão fundo,
demasiado para meu mundo.
Sem você, vivo em dor.

Amor

Arremesso na distância
   o amor.
Assim, afasto o que restava
   como saldo,
   a imensa dor.

Melhor o desejo superficial.
Sexo profundo no corpo.
Não atinge a alma, mas,
   a vontade da invasão, acalma.

Portanto, faço e minto,
  não amo.
No intimo, chamo,
   grito impropérios de horror
   chorando, no intimo,
   a falta do verdadeiro amor.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Ainda sobre solidão

Repugnante.
Jaz em sofrimento a alma.
Percebe sob invólucro adornado,
matéria putrefata.
Construto fétido
do consumo inveterado.
Depois de fiasco, resta asco.